O POVO FEZ A FESTA

O Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações veio ontem a Esposende pedir desculpa aos esposendenses “pelo que o Estado não fez e deveria ter feito” relativamente à Ponte de Fão.

Na sua intervenção, João Cepa, fez questão de lembrar ao Secretário de Estado Adjunto que seis anos de interdição à circulação de pesados, a autarquia de Esposende garante que já gastou “a mais”, em transportes escolares, um milhão de euros.

Desde Julho de 2001, depois de uma vistoria realizada na sequência da tragédia de Entre-os-Rios, que a ponte estava interdita a pesados, enquanto os demais veículos ficaram proibidos de ali circular a mais de 30 quilómetros por hora. Devido ao desvio, dos pesados pela A28, em exactamente seis anos, a autarquia foi obrigada a desembolsar, mensalmente, 15 mil euros “a mais” para assegurar o transporte escolar aos alunos da margem sul do concelho.

“Passado todo este tempo já representa um prejuízo de um milhão de euros para o município. Mas também foi um prejuízo em termos de qualidade de transportes”, reconhece autarca de Esposende. “Depois de tudo isto ultrapassado, e a ponte reaberta, que é o mais importante, vamos tentar encontrar formas de minimizar os impactos que tivemos”, garante João Cepa. Apesar do reforço da infra-estrutura, a ponte vai continuar interdita a pesados – apenas por questões de preservação futura da travessia -, excepto transportes públicos.

Embora consciente das dificuldades que o país atravessa e das limitações financeiras da Estradas de Portugal, João Cepa apelou para que o concelho seja ressarcido com investimentos no plano rodoviário. “Acho que é um acto de justiça para com a população”

Na intervenção do Sr. Secretário de Estado Adjunto, Paulo Campos, dirigindo-se ao Presidente da Câmara Municipal, referiu que Esposende é hoje “um concelho que se pode vangloriar de ter um conjunto de acessibilidades extremamente relevantes”, pelo que cabe ao Município “aproveitar estas infra-estruturas e delas alavancar o crescimento e desenvolvimento económico desta região”. Destacou, contudo, o trabalho “extremamente relevante” que Presidente João Cepa tem vindo a desenvolver à frente dos destinos do Município.

A terminar a sua intervenção, o Secretário de Estado não deixou sem resposta a questão levantada por João Cepa sobre a anunciada intenção de introduzir portagens na A28. Paulo Campos referiu que “foi uma decisão duramente pensada” pelo Governo e adiantou que as negociações com as concessionárias para a introdução das portagens se encontra na fase final, seguindo-se “a implementação quilómetro a quilómetro”. Assegurou, no entanto, que é intenção do Governo encetar negociações com os diferentes representantes das populações “para que se encontrem soluções mais adequadas para essa implementação”, por forma a que esta ocorra “da melhor forma” e até ao final do ano, conforme foi anunciado.

Paulo Campos respondia, assim, à preocupação levantada pelo Presidente da Câmara Municipal, nomeadamente quanto às repercussões de tal medida para o concelho. João Cepa pediu, por isso, que a Autarquia seja ouvida neste processo, no sentido de tentar sensibilizar o Governo para as “dificuldades” que daí possam advir para a população.

Após o descerramento da placa que assinala a intervenção, pelo Presidente da Câmara Municipal e pelo Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, teve início um vasto programa de animação que se prolongou pela noite dentro e que culminou com uma sessão de fogo de artifício na ponte, numa festa onde marcaram presença largas centenas de pessoas de todo o concelho, que quiseram também festejar a reabertura ao trânsito da centenária ponte.