FACE OCULTA OU FACE VISÍVEL?

Alguém se lembra do Governo das “trapalhadas” de Santana Lopes, que durou apenas um ano e que foi substituído ”legitimamente” por uma tramada rede, digna da melhor máfia soviética, com contornos muito misteriosos! Já lá vão cerca de 5 anos e parece que nenhum governo, depois do "pântano" de Guterres, vive momentos tão atrapalhados como este!
Por esta altura já toda a gente entendeu, mais coisa menos coisa, que as escutas em que José Sócrates foi “apanhado” eram escutas feitas a Armando Vara e aos seus parceiros, tornando o caso numa “face visível”.
Partindo do princípio que o Procurador Geral da República é nomeado e exonerado pelo Presidente da República sob proposta do Governo, interrogo-me porque razão Sócrates não presta um serviço ao país, à política e à justiça deste país cada vez mais submerso, tomando a livre iniciativa de pedir a divulgação pública das conversas mantidas com Armando Vara, gravadas pela PJ?
Provavelmente, de uma assentada só, terminaria com toda esta novela degradante que o país vive por episódios.
É que agora já se fala que, além de Armando Vara, de Paulo e José Penedos, outra figura central nesta teia de influências é um primo de Sócrates, Domingos Paiva Nunes, casado com uma prima do primeiro-ministro, que foi vereador da Câmara de Sintra (no executivo de Edite Estrela) e é actualmente administrador no grupo EDP, e não vai parar por aqui! Lá diz o ditado: diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
Já toda a gente entendeu que quem faz as escutas não pode adivinhar a quem o escutado vai telefonar, ou se o próximo amigo que lhe falar é uma personalidade inconvenientemente importante, do tipo Primeiro-Ministro, ou Presidente da República, ou Hugo Chavez ou o Papa, logo, não se consegue desligar o “escutómetro” a tempo de não gravar a conversa, seja ela com quem for e todo o resto são faits divers.
Vamos tentar ser objectivos!
Por muito que eu ache, mesmo sem perceber nada disto, insistindo na convicção de que José Sócrates não tem nada a ver com as alegadas trafulhices dos seus ambiciosos amigos ou camaradas, que não é um corrupto, nem está implicado no Freeport, nem nas negociatas da Cova da Beira e, que a sua assinatura naquelas casas horrorosas da Guarda não passam de favorzecos feitos a um qualquer amigo arquitecto ou engenheiro impedido legalmente de o fazer, ou mesmo a história muito mal contada das habilitações académicas; mesmo assim, compreende-se que poderão existir algumas injustiças na avaliação do “menino de oiro” do Partido Socialista.
Pior que isto, apesar de admirar a figura, nunca achei muita piada aos discursos fatalistas de Medina Carreira, mas tenho que considerar que ainda é um dos lúcidos pensadores económicos deste Portugal contemporâneo. Não o encaro como um profeta da desgraça mas provavelmente como o último patriota, o que tenta suster as suas histórias entre o mundo real e o ficcionista. Perante uma governação com apetência para a ficção, os alertas que vêm fazendo, a pouco e pouco, parecem tornar-se realidade. Ainda esta semana chegam notícias das previsões da Comissão Europeia para o défice orçamental português que deverá chegar a 8% já no presente ano e subir em 2011. Também a despesa pública irá atingir valores superiores a 50% do Produto Interno Bruto. Perante estes dados, o FMI alerta para a necessidade de um novo esforço de contenção orçamental e estima que a dívida pública possa chegar aos 80% do PIB em 2010, subindo acima dos 90% no ano seguinte.
Se não formos capazes de promover actividades exportadoras, de investir na educação para lá do betão e alcatrão, de preencher nichos de inovação e tecnologia, o que restará por fim?
Uma nação entregue à precariedade, à incerteza e, porque não dizê-lo, à pobreza. Um cenário que não será evitado com retórica ou exuberância irracional, seja qual for o governo.
Com tudo isto só me apetece citar a letra da canção de Jorge Palma – “Oh Portugal, Portugal de quê que estás à espera...”
2009-11-24

DIREITO À INDIGNAÇÃO!

Fiquei especialmente satisfeito por ouvir, no discurso de inauguração do Fórum Rodrigues Sampaio, João Cepa dizer: é urgente dignificar e credibilizar a política em Portugal e como o cargo de Presidente de Câmara me inclui na classe dos políticos, não quero pertencer a uma classe em que as empresas públicas perdoam centenas de milhões de euros a empresas privadas administradas pelos poderosos dos partidos políticos, quem manda quer controlar tudo e todos, nomeadamente televisões, rádios e jornais, se fazem favores a troco de envelopes, as faces mais visíveis são afinal as faces ocultas da falta de ética. Quero pertencer a uma classe que cumpra e respeite as elementares regras e princípios de uma verdade democrática.

Pressupostos plenos de significado, uma vez que estávamos perante a inauguração do edifício sede da Assembleia Municipal de Esposende. Por isso nada mais ajustado para o momento do que um discurso onde se exaltam os verdadeiros valores e princípios democráticos.

De facto da para reflectir!
Há cerca de sete anos, António Guterres demitia-se para que o país não caísse “num pântano político”.
Começo a ficar inquietado com o futuro deste País, pois esse pântano ainda se mantém, arrastando-se no tempo com as mesmas figuras, embora em cargos e lugares diferentes!
A classe política está cada vez mais enterrada aos olhos das pessoas e já se tornou quase impossível as pessoas acreditarem que ainda haja políticos dedicados à causa pública, ao serviço de missão, com entrega e dedicação, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e mais desenvolvida.
De facto este país está mergulhado numa série de “telenovelas”, basta estar atento às manchetes dos jornais, onde a justiça também tem dado o seu contributo, não ajudando em nada a que o país saia deste atoleiro. A telenovela do processo “face oculta”, ainda vai no início, mas já tem sido pioneiro na revelação de novos talentos na área do ilusionismo legal. Não é certo se o espectáculo irá ser tão duradouro como os da Casa Pia, do Apito Dourado, BPN, BPP, Freeport, etc…, mas receia-se que os intervenientes optem por um final feliz em que todas as acusações, e que mais dia, menos dia, desaparecem.
A justiça demora a actuar, muitas vezes é ineficaz e dá a sensação que, raramente, consegue condenar e castigar os poderosos deste país, que se assessoram de bons e caros advogados, para lhes resolver as situações. O cidadão comum começa a acreditar que, de facto, os nossos legisladores são incompetentes, ao constatarem que, tantas vezes, uma legislação, acabada de ser produzida, necessita logo de correcções e adaptações.
Hoje volta a fazer sentido fazer um novo debate político em volta dos valores, da honestidade, integridade, carácter e ética!
2009-11-14

HOMOSSEXUALIDADE É A PRIORIDADE DA ESQUERDA!

Fiquei espantado com a audácia com que este governo encara a nova legislatura. Vector mais importante para o arranque do XVIII Governo Constitucional – o casamento homossexual!
Depois do aborto livre e do divórcio facilitado, entramos na discussão do casamento gay com adopção de crianças.
Para a esquerda é, sem dúvida, o tema mais importante para a sociedade portuguesa, nomeadamente por ser fracturante, susceptível de alterar o quadro de concepção da sociedade portuguesa em matéria de fontes familiares, relegando aspectos culturais e éticos, fortemente enraizados na sociedade, para calendas.
De facto, o Partido Socialista do Eng. Sócrates ficará para a história por acabar com a estrutura social e económica da classe média portuguesa, substituindo-a pela classe homossexual. Fantástico!
A prioridade do governo, bem como dos seus pares à esquerda, não é a crise em que nos meteu, nem o desemprego, nem a saúde, nem a educação, nem sequer o comboio espanhol, nem mesmo o novo aeroporto de Alcochete ou resolver a sucessão de escândalos de corrupção em que o pais está mergulhado.
Só por muita ignorância se pode achar que, por uma questão de “direitos humanos”, expressão que não compreendem a não ser como chavão político, os homossexuais se devam “casar”, obtendo para a sua esfera jurídica os mesmos direitos e deveres que aos casais cabem. Enfim!
A homossexualidade, permanente ou temporária, passou, ao longo dos tempos modernos, de coisa mais ou menos discreta a “virtude” que se propagandeia. Os propagandistas de esquerda assumem-se como uma espécie de nova classe social.
Bem sei que na Europa os movimentos gays têm crescido, em Portugal está em franca afirmação e começam a ocupar lugares-chave na alta administração, tendo-se tornado influente na sociedade e na política, basta lembrar o caso Casa Pia. A esquerda quer que o que é diferente se torne igual, não por ser, de facto, igual, mas por querer abusar do conceito de igualdade, desconhecendo a diferença. Só quando convém!
Não ponho em causa que existam outras figuras que defendam os legítimos interesses de duas pessoas homossexuais que vivam juntas, mas que não se chame a isso casamento e muito menos se coloquem crianças à mistura. Para situações diferentes, tratamentos diferentes.
Enfim, pior do que um Portugal pobre, só um Portugal pobre e gay, mas provavelmente sou eu que estou a ver mal o filme!
2009-11-08