Pacheco Pereira, referindo-se na Quadratura do Círculo à "desagregação" do PSD, mencionou que a crise começou com a aliança com o CDS em 2002, contra a qual ele teria sido o único a votar contra. Nem sempre concordo com as análises de Pacheco Pereira nestas matérias, julgo existirem aqui duas observações que merecem ser feitas.
Em primeiro, o que ‘liquidou’ a coligação governamental PSD/CDS não foi este último partido, mas a saída de Durão Barroso e o sua substituição por Santana Lopes.
Em segundo, a crise do PSD não teve início com o agora presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Ela vem de longe. Mais precisamente do tempo de Cavaco Silva.
Nessa altura, o PSD cometeu o erro de decretarem a morte da política. Não havia já lugar à discussão ideológica. O que interessava era construir estradas, pontes, hospitais, escolas, controlar inflação, fazer descer o desemprego e incentivar o crescimento económico.
Hoje, o preço está a ser pago. O PSD não discute política. Discute lugares, pessoas e interesses. Esvaziou-se, perdeu o sentido e está refém de um número de manipuladores incorrigíveis que atracam nos mais variados portos, revelando uma incoerência atroz.
Falta alguma semente nova com coerência e com novas ideias.
Já chega de fazedores de opinião, de Migueis Judices, entre tantos outros, que como dizem os Gato Fedorentes, “falam, falam, falam…e não dizem nada! Por isso penso que o actual problema do PSD foi adiado para 2013.
Contudo, e reportando-me às eleições no PSD, em termos puramente políticos, de mera luta partidária, Menezes é bem melhor que Marques Mendes. Mais acutilante, preciso, energético e poderá vir a ser um líder dinâmico. Certamente obrigará Sócrates a vir a terreiro bater-se de igual para igual, numa luta politica que liquidará um deles.
Depois é uma pessoa com curriculum autárquico, já ganhou eleições, conhecedor dos dossiers e seguramente não embarca no discurso da demagogia porque está habituado a ter respostas para os seus munícipes!
A ver vamos…